Queridas Irmãs/Amigas/os:
Desde Moçambique, queremos apresentar-vos o nosso profundo agradecimento pelos sentimentos de solidariedade que, de uma forma ou outra, nos tendes manifestado pelos tristes acontecimentos que ultimamente temos vivido.
Às Irmãs lhes tocou sofrer com o povo nos diferentes lugares- o ciclone em Inhassoro e as explosões em Maputo- como uma consequência da sua inserção no meio do povo.
Mas, temos que dar muitas graças a Deus, porque as Irmãs ficaram ilesas e pessoalmente não temos coisas graves a lamentar. Foi muito mais o que sofreram outras pessoas. É verdade que a casa de Inhassoro ficou bastante danificada, sobretudo na cobertura do telhado e nos anexos da mesma, mas as Irmãs não foram atingidas. O que sim afectou e muito, tanto em Inhassoro, como em Mahotas, foi a experiência de pânico e medo tão forte que vivemos!...Dizemos nós, que os nossos Fundadores estiveram muito atentos e “ocupados” em proteger-nos...
Em Inhassoro, foram afectadas muitíssimas casas do povo simples, mas também outras com boa construção, como a do Administrador, o hotel , o hospital, as escolas, as instalações da Missão. Os ventos ciclónicos de mais de 220 km por hora, acompanhados de uma chuva torrencial, carregada de areia, derrubaram e queimaram, tudo ficou destruído à sua passagem, como se tivesse acontecido um enorme incêndio...
A paisagem está desoladora. Tardará muito até que se venha a recuperar a beleza que tinha este lugar, rodeado de mar, de coqueiros altos e frondosos e o povo terá que enfrentar muitas dificuldades até que consiga reconstruir as suas casas e recuperar os seus haveres!...
Em Maputo, as imensas explosões do Paiol, foram um espectáculo impressionante. Num raio de muitos quilómetros, os artefactos pesados de guerra, saíam disparados descontroladamente em todos os sentidos. Caíram em muitos lugares, matando muitas pessoas dentro das suas próprias casas, nas ruas, caíram em escolas, hospitais, fábricas, enfim, em toda a parte, semearam a destruição e a morte.
Apesar de toda esta desolação e luto, não podemos deixar de dizer-vos, que mais uma vez, o povo nos desafia e nos evangeliza, com a sua capacidade para reagir positivamente diante das desgraças e para recomeçar de novo... É um povo amante da vida que, no meio dos revezes tão frequentes que lhes batem á porta, longe de desanimar, cresce tanto na atitude de solidariedade de uns com os outros, como na crença profunda de que a vida tem de seguir em frente.
Queridas Irmãs e Amigas/os, aproxima-se a Páscoa, essa Celebração Grande da Vitória da Vida sobre a Morte... Que saibamos, no mistério permanente que a vida nos vai oferecendo, crescer na esperança e na convicção de que a Morte não terá a última palavra!
Cristo venceu a Morte. ALELUIA!
FELIZ RESSURREICÇÃO!
Vossas Irmãs de Moçambique
24 de maio de 2007
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